Olhos sofrem com o ar mais seco no outono; veja sintomas e quais problemas eles podem indicar.
Os dias mais frescos, que chegam com o outono, trazem a necessidade de reforçar cuidados para manter a saúde dos olhos. A diminuição da temperatura e da umidade do ar nessa época deixa o ambiente mais seco, podendo levar ao ressecamento ocular e ao aparecimento de problemas.
“A saúde dos olhos é mantida por meio da lágrima e de algumas glândulas de gordura em volta dos cílios. Se o ar está mais seco, há uma tendência a alterações na qualidade ou quantidade de lágrimas, causando ressecamento, que pode levar ao aparecimento de doenças”, explica o oftalmologista Gustavo Bonfadini, diretor médico do Banco de Olhos do Rio de Janeiro.
Um dos problemas que se agravam nessa estação é a síndrome do olho seco, ocasionada por uma combinação de fatores. Quem já é propenso a alergias (rinites, sinusites e dermatites de contato, por exemplo) deve ficar atento. Sintomas como ardência, coceira e visão borrada que melhora ao piscar podem indicar essa condição, além de desconfortos após assistir à televisão, ler ou usar o computador.
“O poder de lubrificação do olho diminui no outono. Por isso, aparece um número maior de pacientes com olho seco nessa época. Mas é claro que existem pessoas com maior ou menor predisposição a desenvolver a doença. Geralmente, quem tem alergias tem olho seco, mas não necessariamente quem tem olho seco tem alergias”, ressalta o oftalmologista Aníbal Cunha, chefe de emergência do Instituto Brasileiro de Oftalmologia.
Para evitar esse tipo de problema, o ideal é manter a lubrificação ocular, feita com o uso de colírios próprios. “Vale a pena procurar o oftalmologista, porque existem vários tipos de colírio, alguns para olho moderado, outros para muito secos, e lágrimas artificiais. É interessante ter pelo menos uma indicação de qual o ideal para seu caso”, diz Bonfadini.
Outro cuidado é a higienização regular. Da mesma forma que chegamos da rua e lavamos as mãos, devemos limpar a região ocular. “Gotejar soro fisiológico dentro dos olhos remove poluentes acumulados. Também se pode usar água boricada até 2% ou mesmo água mineral sem gás, em temperatura mais fria. É um cuidado que você pode ter independentemente de consulta”, observa o oftalmologista Helder Costa Filho, secretário da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
E as conjuntivites?
O ressecamento dos olhos no outono também pode favorecer o aparecimento de quadros de conjuntivite. Há dois tipos: a alérgica (quando o organismo entra em contato com algum tipo de substância, como poeira, que desencadeia a reação) ou infecciosa (causada por vírus, bactérias e fungos, todas contagiosas).
Como as pessoas costumam ficar mais resfriadas quando a temperatura despenca, por causa da baixa da imunidade, a conjuntivite mais comum é a viral, especialmente a causada pelo adenovírus, mesmo agente do resfriado. “O vírus ataca o organismo como um todo. O mesmo vírus que está atacando a garganta e o nariz ataca o olho, causando conjuntivite”, explica Cunha.
Os sintomas são vermelhidão, secreção e sensação de corpo estranho, isto é, de que há um incômodo permanente. Para evitar a conjuntivite, os médicos recomendam que as pessoas evitem coçar os olhos, especialmente se estiverem em locais públicos ou em um ambiente com outras pacientes com sintomas. “Coçar os olhos é a pior coisa que se pode fazer. No dia a dia, devemos tomar todos os cuidados de higienização, e evitar a todo custo coçar”, reforça Cunha.
As precauções
Veja como reforçar os cuidados com os olhos no outono:
– Use soro fisiológico – ou colírio lubrificante, com indicação médica – para ajudar a limpar a superfície do olho
– Adote medidas “antialergia” em casa, como arejar bem os ambientes, abrindo janelas
– Mantenha o ar úmido com umidificadores ou vasilhas de água
– Beba bastante água para manter a hidratação do corpo
– Evite coçar a região. Se está com coceira, avise seu oftalmologista
Fonte: G1.com